ESBOÇO 1527 TEMA: PERDÃO, UMA NECESSIDADE DIÁRIA.

 

ESBOÇO 1527 *
TEMA: PERDÃO, UMA NECESSIDADE DIÁRIA.
TEXTOS: MATEUS 18:21-22; EFESIOS 4:26,32.
Autor: Pr. Elis Clementino.
 
INTRODUÇÃO:
Certa vez, um homem procurou um velho sábio e perguntou: “Quantas vezes devo perdoar alguém que me fere? Não basta apenas uma vez?” O ancião sorriu e disse: “Enquanto houver ofensa, haverá a necessidade do perdão, porque o perdão é o oxigênio da alma”. Todos nós, sem exceção, convivemos com falhas, as nossas e as dos outros.
 
Nenhum relacionamento humano sobrevive sem a prática do perdão. É por isso que Jesus, ao ser questionado por Pedro sobre quantas vezes deveria perdoar seu irmão, respondeu com uma expressão que nos desconcerta: “Setenta vezes sete”. Ele não estava falando de uma conta matemática, mas de uma disposição constante de perdoar. O perdão, meus irmãos, não é um favor que oferecemos a quem nos feriu — é uma necessidade diária que liberta primeiro quem decide perdoar. Negar o perdão é como beber veneno esperando que o outro morra.
 
Quando não perdoamos, colocamos correntes pesadas sobre a nossa própria alma. Neste sermão, vamos refletir sobre como o perdão era visto nas leis civis, o que significa realmente perdoar, como Deus nos perdoa, por que temos tanta dificuldade em perdoar, como o perdão afeta nossos relacionamentos e como podemos exercitá-lo na prática. Prepare-se, pois Deus deseja limpar o seu coração hoje, e isso começa quando você decide liberar aquilo que ainda te prende.
 
A. AS LEIS CIVIS.
As leis civis foram estabelecidas por Deus para organizar a vida social do povo de Israel. Elas tinham dois propósitos: beneficiar o cidadão e condenar quem praticasse injustiça. Escritas por Moisés, eram normas rigorosas e deveriam ser obedecidas integralmente. Aquele que violasse uma parte da lei se tornava culpado de toda ela, como afirma Tiago 2:10–11.
 
Por isso, não havia flexibilização na aplicação da justiça. A punição seguia o princípio da equivalência: “olho por olho, dente por dente” (Levítico 24:20). Ou seja, quem praticasse violência contra o próximo deveria receber uma penalidade proporcional ao dano causado.
 
B. SIGNIFICADO DE PERDÃO?
De maneira bem simples, compreendemos que o perdão é a remissão de uma pena ou indulto que livra o indivíduo da culpa ou ofensa. As penas contra quem pecasse foram estabelecidas por Deus, sendo ele o único que pode indultar o pecador, pois a ele pertencem o perdão e a misericórdia (Daniel 9:9). Perdoar não é uma opção, é uma necessidade, embora tenhamos a livre escolha entre perdoar ou não; porém, as decorrências para quem não perdoa serão inevitáveis.
 
C. O PERDÃO DIVINO
Ele alcança a todos, mas é condicional; para alcançar a graça do perdão, depende do arrependimento e se for de coração. Feliz o homem que tem seus pecados perdoados (Romanos 4:6-8). Quando o Senhor perdoa, ele lança para trás das suas costas os nossos pecados (Isaías 43:25; Miqueias 7:19). O diabo é o acusador dos nossos irmãos e pai da mentira (Apocalipse 12:10; João 8:4); ele tenta nos acusar usando o nosso passado, mas lembrai a ele que Jesus já te perdoou na cruz, levando sobre si os nossos pecados e deles não se lembra mais (Isaías 53:4; 1 Pedro 2:24).
 
D. A DIFICULDADE EM PERDOAR.
Para algumas pessoas, perdoar é uma das tarefas mais difíceis de serem executadas, pois isso faz parte da natureza pecaminosa do homem; ela impossibilita essa ação. Geralmente isso acontece quando a pessoa é magoada ou mexeram com os seus sentimentos; mesmo assim, elas podem até sofrer algumas consequências por reter o perdão, mas não perdoam. É difícil você reconquistar um irmão ofendido, porque vai depender do que ofendeu e do ofendido (Provérbios 18:19).
 
O egoísmo é um dos fatores que pode contribuir para que as pessoas não perdoem, elas acreditam que se pedirem perdão ou demonstrar arrependimento estão declinando ou se humilhando perante aquelas pessoas ofendidas por elas.
 
Pedir perdão é algo que machuca e muito os rancorosos, é aquele tipo, eu sei que ofendi, mas não peço perdão, eu sei que me ofenderam, mas eu não perdoo, eu não me curvo, porém, algumas pessoas com algum transtorno do humor podem se tornar ainda mais difícil para liberar perdão.
 
Geralmente, algumas pessoas não assumem a culpa, tampouco serão libertas das amarras das mágoas, dos rancores e das coisas negativas do coração, no entanto, muitas são as consequências que podem proliferar-se pelo corpo causando-lhes muitos incômodos, como as enfermidades e até causar a morte.
 
De onde vêm as depressões e as doenças neurológicas, os infartos, os AVC(s)? Muitas delas são provenientes das mágoas não curadas; no entanto, perdoar é uma ação libertadora e uma faxina no coração. A mágoa nada mais é do que uma raiz de amargura brotando no coração; portanto, não permita que essa raiz de amargura ou mágoa, angústia, lhe prive da graça divina (Hebreus 12:15).
 
E. PERDÃO NOS RELACIONAMENTOS.
As pessoas que sentem dificuldades em perdoar sempre encontrarão dificuldades nos relacionamentos, lembrando que relacionamento é uma via de mão dupla. Existem momentos em que temos que perder para ganhar, ou seja, abrir mão de algo que possa comprometer o relacionamento. Há pessoas que tiram proveito de alguma inconveniência entre amigos; às vezes, ao invés de aplacarem os ânimos, elas fomentam ainda mais. Basta ler “O homem perverso instiga a contenda, e o intrigante separa os maiores amigos” (Provérbios 16:28,32; 26:20).
 
F. EXERCITANDO O PERDÃO.
A modéstia e a humildade são as únicas maneiras que dispomos para liberarmos perdão, lembrando que perdoar não é uma opção, mas uma necessidade inerente. Na Bíblia, as palavras "perdão" e perdoar" são ressaltadas muitas vezes e sem limites. As vezes reacendemos dentro de nós aquele velho sentimento de quando alguém nos ofende e pede perdão; geralmente queremos impor limite quando ele reincide dizendo: “De novo”. No entanto, a recomendação de Jesus em resposta sobre o perdão foi setenta vezes sete ao dia (Mateus 18:21-35).
 
CONCLUSÃO:
As palavras não são neutras. Elas têm direção, têm peso e têm consequências. Jesus foi claro ao dizer: “Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado” (Mateus 12:37). Isso nos mostra que o céu leva a sério o que sai da nossa boca.
 
O que você tem construído com suas palavras? Lares ou ruínas? Pontes ou muros? Corações curados ou feridos? Talvez hoje você precise pedir perdão por palavras que machucaram, ou talvez precise liberar perdão por palavras que ainda ecoam como feridas abertas. Mas, acima de tudo, é tempo de consagrar a nossa língua ao Senhor. Que nossas palavras sejam fontes de vida, instrumentos de paz, expressões de fé e canais do amor de Deus.
 
Lembre-se: se as palavras têm poder, então que o nosso falar seja cheio do Espírito Santo. Que da nossa boca fluam palavras que glorifiquem a Deus, edifiquem o próximo e testifiquem de um coração transformado por Cristo. Hoje, você tem a oportunidade de mudar a direção da sua vida — começando pelo que você fala. Que o Senhor nos ajude a usar bem esse dom poderoso que Ele nos confiou: a palavra.

ESBOÇO 1526 TEMA: AS ARMADURAS DE DEUS.

 

ESBOÇO 1526 *
TEMA: AS ARMADURAS DE DEUS.
TEXTO: Efésios 6:10-18.
Autor: Pr. Elis Clementino
 
Introdução:
Em qualquer combate nesta vida precisamos de proteção. No texto, Paulo apresenta sete instrumentos pelos quais podemos proteger a nossa fé. Assim como uma armadura é composta por vários equipamentos que protegem o soldado, cada peça representa uma defesa espiritual para o cristão.
 
Revestir-se da armadura de Deus é essencial para quem deseja ser vitorioso nas batalhas espirituais, visto que nosso combate não é contra carne e sangue, mas contra as hostes infernais da maldade.
 
1. O Cinturão da Verdade
ü  Estar firme significa manter-se de pé, com fundamentos sólidos, sem ceder ou fugir.
ü  Cingir os lombos com a verdade, sinceridade e uma consciência limpa (2 Coríntios 1:12; 1 Timóteo 1:5,18; 3:9).
ü  A função da cinta é sustentar a vestimenta do soldado, permitindo que ele aja sem se preocupar de maneira que nada impeça-o de agir.
ü  Exemplo bíblico: a exigência divina para os israelitas estarem prontos para a saída do Egito (Êxodo 12:11).
 
2. A Couraça da Justiça
ü  Representa estar revestido de justiça em todos os aspectos (Efésios 5:9; 1 João 3:7; 1 Tessalonicenses 5:8).
ü  A couraça protege o coração e simboliza a defesa da fé contra os ataques do inimigo.
 
3. O Calçado da Paz
ü  Estar calçado com o evangelho da paz significa firmar-se na mensagem de Jesus Cristo, o Príncipe da Paz.
ü  O evangelho é o caminho da salvação e nos conduz até o final da batalha espiritual.
 
4. O Escudo da Fé
ü  O escudo protege contra ataques externos, como espadas e flechas.
ü  Paulo ensina: “Acima de tudo, tomem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Efésios 6:16).
ü  A fé em ação neutraliza todas as armas do inimigo contra o cristão.
 
5. O Capacete da Salvação
ü  O capacete protege a cabeça, onde estão nossos pensamentos, decisões e comando.
ü  Representa a segurança do relacionamento com Deus e a proteção da fé (Efésios 6:17).
 
6. A Espada do Espírito
ü  Instrumento ofensivo na batalha espiritual: a Palavra de Deus.
ü  “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12).
 
7. A oração, o que ela produz
ü  É o meio pelo qual podemos nos revestir de toda a armadura de Deus.
ü  A oração fortalece, sustenta e neutraliza os ataques do inimigo.
ü  A oração mantém nosso coração sensível à direção do Espírito Santo, evitando decisões precipitadas e carnais.
ü  É através da oração que alinhamos nossa vontade a vontade de Deus, submetendo-nos ao Seu senhorio.
ü  A oração edifica a fé, pois nos leva a contemplar a fidelidade e o agir de Deus em todas as áreas da vida.
ü  Por meio da oração, vencemos a ansiedade e encontramos paz para enfrentar as batalhas diárias.
ü  A oração abre portas espirituais, permitindo que Deus opere de maneira sobrenatural onde nossas forças não alcançam.
ü  Ela cria uma barreira espiritual, guardando nossa mente e nosso coração em Cristo Jesus.
ü  A oração nos mantém vigilantes e despertos, impedindo que sejamos surpreendidos pelas ciladas do maligno.
 
Conclusão
Diante de tudo o que Paulo nos ensina, fica claro que nenhum cristão pode permanecer firme na batalha espiritual sem estar devidamente revestido da armadura de Deus. Cada peça é indispensável, pois protege uma área vital da nossa vida e fortalece nossa caminhada diária. A verdade nos firma, a justiça nos guarda, o evangelho nos conduz, a fé nos defende, a salvação nos assegura, a Palavra nos capacita a avançar, e a oração nos mantém conectados com o Comandante da guerra.

Portanto, que não sejamos soldados despreparados, mas homens e mulheres vigilantes, conscientes de que a vitória não vem da nossa força, mas do Deus que nos reveste e luta por nós. Revestidos da armadura completa, permaneceremos firmes, venceremos as investidas do maligno e honraremos Aquele que nos chamou para o bom combate. Que cada dia seja uma escolha renovada de colocar a armadura, lutar com fé e permanecer inabaláveis no Senhor. Amém.

ESBOÇO 1525 TEMA: CUIDADO COM A IRA.

 

ESBOÇO 1525 *
TEMA: CUIDADO COM A IRA.
TEXTO: ECLESIÁSTES 7:9; PROVÉRBIO 14:29; EFÉSIOS 4:26.
Autor: Pr. Elis Clementino
 
Introdução
A natureza humana é a única coisa que não é mudada; o homem é dotado de algo como o sentimento ou emoções, ele reage conforme as circunstâncias devido à sua fragilidade e sensibilidade, ele se desgasta mentalmente e fisicamente, dependendo de como ele lida com as suas emoções, por isso faz-se necessário os devidos cuidados para que ele não perca totalmente o seu controle.
 
I. A composição humana
A Bíblia apresenta o ser humano como um ser tricotômico, formado por espírito, alma e corpo. O apóstolo Paulo reconhece essa estrutura ao escrever: “Que o próprio Deus da paz vos santifique completamente; e que o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5:23).
 
Cada dimensão tem sua função específica na existência humana:
ü  O corpo nos conecta ao mundo físico;
ü  A alma é o centro das emoções, pensamentos e vontade;
ü  O espírito é a área da nossa consciência e comunhão com Deus.
Dentro da alma existe um conjunto de emoções próprias da natureza humana, tradicionalmente compreendidas como vinte e sete, entre elas está a ira, que precisa ser compreendida e administrada à luz da Palavra.
 
II. O controle das emoções.
O homem é dotado de sentimentos, ele sente alegria, tristeza e prazer, ele está sujeito a irar-se e agir conforme as circunstâncias; isso faz parte da sua natureza pecaminosa (Romanos 7:18-21, 24, 25).
 
Cada indivíduo reage de acordo com a sua natureza; no entanto, ele tem a capacidade dada por Deus para controlar os seus sentimentos e seus impulsos.
 
Os problemas causados pelo homem são devido à falta desse controle emocional, pois todo homem precisa controlar ou governar as suas emoções.
 
Melhor é o homem paciente do que o guerreiro; mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade forte” (Provérbios 16:32). “...melhor o longânimo do que o altivo de coração” (Eclesiastes 7:8). Quanto a ira, é melhor está pronto para ouvir e tardio para falar (Tiago 1:19).
 
III. O sentimento de ira.
Podemos definir a raiva como um sentimento de protesto de frustração, insegurança contra alguém ou alguma coisa, fazendo-o se sentir ferido ou até mesmo ameaçado.
 
A ira se abriga no seio dos tolos; estes não têm a capacidade para controlar a sua ira (Eclesiastes 7:9).
 
“O versículo nos ensina que a paciência e a sabedoria são virtudes importantes para lidar com as adversidades da vida.”
 
O intenso sentimento de ódio, rancor por alguma razão, não deve prevalecer sobre as nossas emoções.
 
As pessoas rancorosas têm a capacidade de armazenar ira no seu coração por longos anos e frustram os propósitos divinos para elas, para o cristão é muito ruim, porque pode privá-lo da graça divina (Hebreus 12:15). O sentimento de ira não deve prevalecer nos corações: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Efésios 4:26). Quando a ira é pecaminosa, é pior ainda; temos o exemplo Caim, que matou o seu irmão.
 
IV. As consequências da ira
A ira quando é alimentada e guardada no coração produz consequências sérias, tanto no corpo quanto na vida espiritual. No aspecto físico, ela pode desencadear diversas enfermidades, como problemas gastrointestinais, dificuldades de memória, além de aumentar o risco de infarto e acidente vascular cerebral.
 
No aspecto espiritual, a ira compromete nossa comunhão com Deus e enfraquece a vida devocional. Jesus ensinou que ela interfere até na adoração, pois impede que nossos sacrifícios sejam aceitáveis diante do Senhor (Mateus 5:23-24). Ele ainda adverte com firmeza: “Eu, porém, vos digo que todo aquele que se irar contra seu irmão será réu de juízo” (Mateus 5:22).
 
V. Como lidar com a ira e o perdão.
A ira muitas vezes é gerada por uma palavra dura fora de tempo: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15:1). Por isso, toda raiz de amargura, toda cólera, ira e toda espécie de malícia sejam tiradas de entre vós (Efésios 4:31-32).
 
O perdão é a faxina da mente e do coração, pois é a única maneira de dissipar a ira e a mágoa do coração; a partir daí a pessoa passa a ter paz interior. “O perdão tira a alma da prisão.” “O perdão é gratuito, o preço é alto.”
 
Há um custo, a renúncia do eu e do orgulho. Existem pessoas que guardam ira, mágoa por muitos anos, como falei anteriormente; elas se definham fisicamente e espiritualmente, não perdoam, mas também não são perdoadas por Deus (Mateus 6:14; Efésios 4:32).
 
Conclusão
Portanto, devemos ter muito cuidado, não deixemos que a ira se instale em nossos corações, causando em nós inúmeras sequelas.
 
Para que possamos ser libertos da ira, há dois caminhos: libertar-se dela por meio da palavra de Deus e da oração. Ressentimentos pecaminosos têm cura:
 
Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia. Como é feliz o homem constante no temor do Senhor! Mas quem endurece o coração cairá em desgraça” (Provérbios 28:13,14).
 
Devemos ter cuidado com a ira. Irei-vos, mas não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira (Efésios 4:26).
 
Sabeis disto, meus amados irmãos; mas todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para irar-se; porque a ira do homem não opera a justiça de Deus” (Tiago 1:19-20).

ESBOÇO 1524 TEMA: CAPACITAÇÃO ECLESIAL: O CHAMADO PARA SERVIR COM EXCELÊNCIA ESPIRITUAL.

ESBOÇO 1524
TEMA: CAPACITAÇÃO ECLESIAL: O CHAMADO PARA SERVIR COM EXCELÊNCIA ESPIRITUAL.
TEXTO: ATOS 20:28; 2 TIMÓTEO 2:15
Autor: Pr. Elis Clementino
 
Introdução:
A capacitação é indispensável em qualquer área da vida — seja no campo profissional ou no espiritual. No contexto da igreja, ela se manifesta por meio da liderança cristã, que exige preparo, habilidade e maturidade para servir com excelência. Nenhum líder, seja ele secular ou eclesiástico, começa sua jornada sabendo tudo; o aprendizado é um processo contínuo, desenvolvido com humildade e dependência de Deus. Neste estudo, de forma simples e objetiva, abordaremos o valor da capacitação eclesial, entendendo que o chamado para servir exige crescimento constante, comprometimento e excelência espiritual no serviço ao Senhor.
 
I. Capacitação Eclesial.
1. É o meio pelo qual os obreiros são aperfeiçoados para o exercício sacerdotal ou eclesiástico. As funções ministeriais na igreja foram distribuídas pelo Senhor. No entanto, o propósito dos líderes é equipar e capacitar os santos para realizar a obra do ministério. A fim de que, por meio do ensino, eles edifiquem a igreja, que é o corpo de Cristo (Efésios 4:11-12). De maneira que cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons administradores da multiforme graça de Deus (I Pedro 4:10-11). Textos importantes: (1 Timóteo 3:1-7; Atos 6:3; Efésios 4:11-12; Tito 1:5; 1 Pedro 5:2-3). Esses versículos abordam a importância de características de liderança e o papel dos líderes da igreja, destacando a necessidade de uma reputação respeitável, sabedoria e dedicação ao ministério.
 
2. A liderança espiritual vai além da estrutura organizacional da igreja.
Ela não se limita à administração de cargos ou funções, mas envolve um profundo senso de responsabilidade diante de Deus pelo cuidado do rebanho (1 Pedro 5:2). O líder espiritual, especialmente o pastor, deve lembrar-se de que prestará contas a Deus pelas vidas que lhe foram confiadas (Hebreus 13:17). Por isso, sua liderança deve ser exercida com zelo, amor e vigilância constante.
a. Habilidade ou aptidão para ouvir.
b. Equilíbrio emocional.
c. Domínio próprio.
d. Sensibilidade.
e. Discernimento.
f. Comedimento no aconselhamento.
g. Decisões seguras.
 
3. A capacitação espiritual tem o propósito de gerar discernimento e sabedoria.
Por meio dela, mentores e instrutores transmitem não apenas conhecimento bíblico, mas também experiência espiritual aos seus discípulos. Essa transmissão abre os olhos espirituais dos liderados, capacitando-os a discernir e solucionar não só questões espirituais, mas também desafios pessoais e práticos da vida (1 Reis 3:16-28). Assim como Salomão, o líder preparado espiritualmente aprende a julgar com sabedoria e justiça.
 
4. O líder cristão deve inspirar confiança e segurança.
Nenhum obreiro ou pastor pode permitir que a igreja duvide de sua capacidade de liderança. Para isso, é essencial demonstrar firmeza, equilíbrio e competência ao lidar com os assuntos espirituais e pessoais dos membros. Essa segurança nasce de um caráter aprovado e de requisitos indispensáveis que todo líder deve apresentar, como maturidade espiritual, domínio próprio, sabedoria e empatia no trato com as pessoas.
 
II. O líder e a divisão de tarefas.
Moisés cansou e debilitou-se porque queria carregar a carga sozinho, de modo que ele pediu a Deus para matá-lo, mas o Senhor lhe orientou. Esse texto é interessante pelos ricos detalhes (Números 11:14-30). A capacidade espiritual que estava sobre Moisés se estenderia sobre os anciãos. Moisés seria como uma lâmpada acesa irradiando brilho sobre os seus anciãos, sem, contudo, que ele fosse prejudicado.
 
O obreiro não deve tentar fazer tudo sozinho; se assim o fizer, ele desgastará a sua liderança. O líder deve compartilhar com os seus auxiliares as tarefas. Jetro, o sogro de Moisés, vendo as dificuldades que o seu genro estava enfrentando para julgar as causas do povo, o aconselhou a formação de líderes; ora, isso há aproximadamente três mil e quinhentos anos (Êxodo 18:13-26).
 
Entretanto, o líder deve ter a humildade para ouvir os seus liderados cuidadosamente, fazendo uma avaliação prévia, sem, contudo, demonstrar se será feito ou não. Quanto é bom um conselho, embora haja obreiro que, se alguém lhe der um parecer de alguma coisa, ele pode não aceitar e até repreender o indivíduo devido ao seu orgulho, pois ele se sentirá diminuído; isso é muito ruim. Um obreiro precisa ser humilde; ele não é obrigado a atender ao conselho, mas escute, avalie, pondere e seja agradecido. Cuidado! Você pode desgastar o seu ministério antes de concluir os propósitos de Deus para você.
 
Roboão, rei de Judá, desprezou os conselhos dos anciãos e preferiu ouvir os jovens da sua geração quanto à pesada carga de impostos que recaía sobre o povo (1 Reis 12:8–19). Essa decisão precipitada trouxe sérias consequências: o povo se revoltou contra ele, resultando na divisão do reino.
Aprendemos, portanto, que liderar não é fazer tudo sozinho, mas formar outros para servir. E isso nos conduz à postura que o obreiro deve manter diante do rebanho.
 
III. A postura do obreiro.
Um obreiro deve ter postura, muitos deles perderam valores que os enobreciam por serem brincalhões, contadores de piadas, eles não levaram a sério, principalmente as coisas sagradas.
 
IV. O obreiro precisa ser e ser:
1.      Respeitoso.
2.      Sério.
3.      Conter-se na presença das pessoas, principalmente dos incrédulos.
4.      Gentil para com as pessoas, principalmente os mais jovens (1 Timóteo 4:12).
5.      Ser ético.
6.      Ser coerente em relação à hierarquia ministerial.
7.      Livre de qualquer ambição (Filipenses 2:3,4).
8.      Fiel nas finanças.
9.      Ser verdadeiro e tudo o que ele fizer, faça de coração (Colossenses 3:23,24; Eclesiastes 9:10; Efésios 6:6-9).
 
V. Seis virtudes essenciais que um obreiro precisa ter:
1.      Integridade
Agir de acordo com princípios éticos e morais, mantendo coerência entre o que se prega e o que se vive. A integridade é o alicerce do caráter cristão e deve se manifestar em todas as áreas da vida do obreiro.
2.      Humildade
Ser humilde é estar aberto ao aprendizado contínuo, reconhecer as próprias limitações e valorizar as contribuições dos outros. A humildade é o caminho para o crescimento espiritual e para a verdadeira liderança serva.
3.      Compaixão
Ter a capacidade de compreender e se conectar emocionalmente com as pessoas, demonstrando misericórdia e empatia. A compaixão reflete o coração de Cristo e aproxima o líder das necessidades do rebanho.
4.      Visão inspiradora - Guiar os liderados com um propósito mais elevado, alinhado aos valores espirituais. Um líder inspirado por Deus motiva outros a enxergarem o futuro com fé e esperança, mesmo em meio às adversidades.
5.      Resiliência espiritual - Enfrentar os desafios e as lutas do ministério mantendo firme a fé, a esperança e a confiança em Deus. A resiliência espiritual capacita o obreiro a perseverar e continuar servindo com ânimo, mesmo sob pressão.
6.      Fidelidade ministerial - Ser fiel em tudo o que Deus confiou — no ensino, na administração dos dons, nas finanças e nas responsabilidades do ministério. (1 Coríntios 4:2; 2 Timóteo 2:2; Tito 1:7; 1 Pedro 4:10; Mateus 25:21; Efésios 6:5). Esses textos destacam que a fidelidade é a marca do verdadeiro servo de Deus. Jesus foi o maior exemplo de liderança.
 
VII. Jesus, o maior líder
Jesus é o maior exemplo de liderança que o mundo já conheceu. Seus ensinamentos foram claros, diretos e transformadores, especialmente para aqueles que buscavam posições de destaque e poder. Ele disse aos seus discípulos:
 
“Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mateus 20:26-28)
Com sabedoria e sensibilidade, Jesus corrigiu a visão humana de grandeza sem humilhar nem ferir os sentimentos dos discípulos. Ele mostrou que a verdadeira liderança não está em ser servido, mas em servir com amor, humildade e sacrifício.
 Se queremos liderar como Cristo, precisamos aprender com Ele a servir, a ouvir e a amar. A verdadeira capacitação eclesial é, portanto, conformar nosso caráter ao de Jesus.
 
Conclusão:
A capacitação nos traz todos esses benefícios, e aquele que aspira ao episcopado deve estar ciente de tudo o seu proceder no decorrer do seu ministério, além de em tudo se dar, por exemplo (Tito 2:7-8). O sucesso ministerial não se dá apenas pelo conhecimento teológico, mas pelas experiências do cotidiano. Jesus nos deixou o modelo de como servir, “Eu vim para servir e não para ser servido”.

 

ESBOÇO 1523 TEMA: NADA DEVERÁ TIRAR O TEU VALOR.

       ESBOÇO 1523 *
TEMA: NADA DEVERÁ TIRAR O TEU VALOR.
TEXTO: Isaías 43:4 - “Visto que você é precioso e honrado aos meus olhos, e porque eu amo, darei homens em seu lugar e nações em troca da sua vida.”.
Autor: Pr. Elis Clementino
 
Introdução:
Vivemos em um mundo onde muitas vezes o valor de uma pessoa é medido por suas conquistas, aparência ou pelo reconhecimento de outros. Porém, o Senhor nos lembra em Sua Palavra que nosso valor não está atrelado a essas variáveis, mas ao amor incondicional e imensurável que Ele tem por nós. O versículo de Isaías 43:4 nos revela uma verdade poderosa: somos preciosos e honrados aos olhos de Deus, e nada poderá diminuir o nosso valor diante d'Ele. Em meio às adversidades, rejeições ou comparações, Deus nos assegura que somos amados e valiosos para Ele. Neste esboço, vamos explorar como essa verdade deve impactar a nossa vida, nossa relação com os outros e a maneira como nos vemos e os tratamos. Afinal, nada poderá tirar o teu valor aos olhos de Deus!
 
I. Contexto:
A mensagem profética de Isaías 43 foi dirigida ao povo de Israel. Nela, Deus expressa o Seu amor incondicional e reafirma o valor que o Seu povo tem aos Seus olhos. O capítulo transmite uma poderosa mensagem de consolo e restauração, assegurando que o Senhor, como Redentor fiel, protegeria e libertaria Israel, mesmo em meio às mais duras adversidades.
 
O versículo 4, em especial, destaca essa relação de profundo afeto e compromisso divino. Por meio do profeta Isaías, Deus fala a um povo que vivia sob o peso do cativeiro e da opressão, lembrando-lhes que eram preciosos, honrados e amados por Ele. É uma declaração de cuidado e fidelidade que ultrapassa o tempo e as circunstâncias.
 
Essa verdade também se aplica a nós hoje, pois revela o caráter imutável de Deus, um Deus que valoriza, ama e preserva aqueles que Lhe pertencem. Assim como Ele não desistiu de Israel, Ele também não desiste de você. O mesmo amor e o mesmo valor que declarou sobre o Seu povo, hoje Ele declara sobre a sua vida.
 
II. O amor de Deus pelos seus.
1.      Na contemporaneidade:
ü  Na vida cristã hoje, o texto reforça o valor intrínseco que temos como filhos de Deus. Ele nos considera preciosos, honrados e dignos de seu amor, independentemente das circunstâncias, falhas ou desafios que enfrentamos.
ü  Na atualidade, muitas pessoas lutam contra sentimentos de inferioridade, comparação e desvalorização, no entanto, Deus, pelo profeta, nos convida a ancorar nossa identidade nEle. O nosso valor não está na nossa aparência, conquista ou opinião alheia, mas no fato de sermos amados por Deus.
2.      Como cristãos, essa verdade deve nos conduzir a:
ü  Viver com confiança: saber que somos preciosos aos olhos de Deus nos ajuda a enfrentar desafios e rejeições com segurança (Salmo 37:5).
ü  Valorizar os outros: Assim como Deus nos valoriza, devemos reconhecer e respeitar o valor dos outros, sendo agentes de amor e compaixão.
ü  Esse princípio comprova se amamos a Deus ou não (1 João 4:20-21). "Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E dele temos este mandamento: quem ama a Deus, ame também a seu irmão."; "Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.”
 
ü  Esse é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: · Amarás o teu próximo como a ti mesmo." Mateus 22:37-39: "Ora, se alguém possuir recursos deste mundo e vir seu irmão em necessidade, mas fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade." (1 João 3:17-18).
 
Consideremos o dever de valorizar os outros: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente, considerando os outros superiores a você mesmo” (Filipenses 2:3).
3.      Na vida cristã, valorizar os outros significa:
ü  Tratar cada pessoa como alguém precioso aos olhos de Deus.
ü  E agir com humildade e respeito.
 
Demonstrar amor prático, cuidado e apoio nas jornadas de cada pessoa é um princípio que reflete o caráter de Cristo em nós, promovendo unidade e paz nas relações.
 
Cuidar de nós mesmos: reconhecendo nosso valor diante de Deus, devemos cuidar do nosso corpo, mente e espírito como um ato de gratidão e mordomia.
 
III. Mantenha o seu valor.
O verdadeiro valor de uma pessoa não depende das circunstâncias nem do lugar, mas do caráter que ela carrega.
 
Uma nota amassada continua valendo o mesmo; uma garrafa de água pode ter preços diferentes, mas o conteúdo é o mesmo.
 
Assim também o servo de Deus: onde quer que esteja, continua precioso aos olhos do Senhor. Não permita que o mundo defina o seu valor — Deus já definiu quem você é!
 
O publicano foi desprezado pelos homens, mas reconhecido por Deus (Lucas 18:9-14). É melhor ser aprovado por Deus do que aplaudido pelos homens.
 
Conclusão:
Nosso valor está em Deus. Ele nos criou, nos redimiu e nos ama com amor eterno.
As circunstâncias mudam, mas o olhar de Deus sobre nós é o mesmo: cheio de amor e honra.
Portanto:
ü  Viva com confiança.
ü  Valorize os outros.
ü  Cuide de si mesmo.
ü  E nunca esqueça: nada poderá tirar o teu valor diante de Deus!
“Quando o mundo tenta te rotular, lembra-te: o selo que define o teu valor foi colocado por Deus.” “Valorize o que você tem, você é um ser importante para Deus!”

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